DOCENTES DA UFSJ SE COMPROMETEM A REPOR AULAS AO FINAL DA GREVE

A ADUFSJ - Seção Sindical reuniu-se em assembleia na tarde desta terça-feira (30) para realizar a discussão sobre a suspensão do calendário acadêmico e continuar a discussão e deliberação sobre a pauta local de greve a ser entregue à reitoria da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

Suspensão do calendário

A presidenta da ADUFSJ - Seção Sindical, Carolina Ribeiro Xavier, iniciou a discussão sobre a suspensão do calendário, lembrando que esse é um tema muito discutido e sobre o qual o Comando Local de Greve docente e a ADUFSJ estão sendo constantemente questionados. No entanto, a deliberação sobre a suspensão do calendário não cabe à Seção Sindical, e sim ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONEP) da UFSJ.

Ela também ressaltou a necessidade de construir um entendimento do que significa suspender o calendário.

Durante as discussões, os docentes apresentaram argumentos a favor e contrários à solicitação da suspensão do calendário acadêmico. Os favoráveis argumentaram que isso facilitaria a situação dos estudantes, uma vez que nem todos os docentes aderiram à greve, e também não geraria uma diferença entre os calendários da graduação e da pós-graduação.

Os docentes contrários a solicitar ao CONEP a suspensão do calendário acadêmico argumentaram que não haveria dois calendários, uma vez que as aulas da pós-graduação também estão suspensas durante a greve e que não faz sentido tentar amenizar os impactos da greve, uma vez que o objetivo do movimento grevista é gerar incômodo e pressionar o governo.

Nesse sentido, a presidenta da ADUFSJ, professora Carolina Ribeiro Xavier, rebateu os comentários feitos com relação às atividades essenciais definidas na última assembleia de docentes, questionando se as aulas não seriam essenciais. “São tão essenciais que nós paralisamos, para que vocês vejam como nosso trabalho é essencial”, disse.

Os docentes contrários à solicitação de suspensão do calendário argumentaram também que essa discussão não cabe aos docentes, e sim ao conselho que tem autoridade para deliberar sobre o assunto. Outro ponto levantado na assembleia foi que, com a solicitação de suspensão do calendário, além de terceirizar a decisão de quando os docentes retomariam as atividades paralisadas, daria a impressão de que a greve está sendo feita de cima para baixo e não construída pela base.

Após a discussão, foi aprovada uma minuta, que será encaminhada à reitoria da UFSJ, estabelecendo que o corpo docente da UFSJ se compromete a repor as atividades da graduação e da pós-graduação não realizadas durante o período de greve e solicita à reitoria condições para que a reposição ocorra ao final da greve.

Pauta Local de Reivindicações

Durante a assembleia, foi concluído o documento inicial com a pauta local de reivindicações. Os cinco primeiros itens já haviam sido aprovados em assembleia anterior e outros quatro tópicos foram debatidos e aprovados nesta terça-feira (30). Mesmo concluído, este não é um documento fechado, uma vez que foi pactuado com a reitoria que novas demandas podem ser adicionadas no decorrer da greve.

Contraproposta ao Governo Federal

Os docentes da UFSJ também aprovaram a contraproposta elaborada pelo ANDES - SN a ser encaminhada ao Governo Federal quanto às pautas da greve. A contraproposta é, principalmente, uma ratificação da proposta inicial da categoria, que não foi atendida pela alternativa apresentada pelo governo.

Além de aprovar a contraproposta do ANDES-SN, os docentes da UFSJ solicitaram a inclusão da data-base na agenda de reivindicações.

Informes

Os informes da assembleia foram sobre a reunião com a reitoria, realizada na última sexta-feira (26), a reunião com o Comando Local de Greve dos Técnicos Administrativos em Educação (TAEs), realizada na manhã desta terça-feira (30), e a agenda de atividades para o restante da semana.

Na reunião com a reitoria, o foco foi principalmente nas atividades essenciais durante a greve, que não sofreram alterações do que foi estabelecido pela base. Nesse encontro, a reitoria também se comprometeu a reconhecer institucionalmente a greve.

Atividades da semana: nesta quarta-feira (1), a partir das 9h30, será realizado um piquenique no CTAN, cujo objetivo é promover diálogos com a comunidade externa. Na quinta-feira (2), às 15h, será realizada a palestra "Conjuntura e GREVE: desafios e perspectivas", com Jorgetânia Ferreira

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