DOCENTES DA UFSJ ENTRARÃO EM GREVE NA SEGUNDA (22)
Os docentes da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) aprovaram, em assembleia realizada na tarde desta quarta (17), a adesão à greve nacional da educação federal. Após deliberação, a data escolhida para deflagração da greve, ou seja, início da paralisação das atividades, foi a próxima segunda (22/4).
Mais de 200 docentes participaram da assembleia em São João del-Rei e nos campi fora de sede. O resultado da votação de adesão à greve foi: 171 votos favoráveis, 24 votos contrários e 8 abstenções.
O início da assembleia foi marcado pelas falas do Comitê Local de Mobilização e da diretoria da ADUFSJ - Seção Sindical. A presidenta da ADUFSJ, Carolina Ribeiro Xavier, realizou um informe da reunião do setor das IFEs (Instituições Federais de Ensino Superior), que ocorreu no dia 10 de abril. A reunião contou com a participação de 34 das seções sindicais que compõem a base do ANDES - Sindicato Nacional e cada uma apresentou, além dos resultados da rodada de assembleia anterior, seu cenário e a conjuntura em cada uma das instituições.
Entendendo que o momento não era de desmobilização, a reunião aprovou, de forma simbólica, já que as votações ocorreram na base e cada instituição segue seu resultado, a adesão dos docentes à greve nacional da educação federal a partir do dia 15 de abril.
O docente Claudio Alberto dos Santos, membro do Comitê Local de Mobilização, realizou um informe do andamento do processo de negociação desde a última assembleia da categoria. Ele recordou aos presentes a realização da 8ª reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), realizada no dia 10 de abril, em que o governo reforçou a proposta de zero por cento de reajuste salarial para 2024 e aumento dos benefícios, como auxílio alimentação, saúde e creche. Para ele, isso prejudica os aposentados. “Nós defendemos a isonomia entre ativos e inativos”, sinalizou.
Claudio também apontou a tentativa do governo de inserir uma cláusula anti-greve no acordo, da qual o mesmo recuou na mesma noite, após pressão das entidades. Além disso, houve a dissolução da MNNP, a partir de agora, as negociações vão acontecer nas mesas setoriais. O governo retirou a proposta de reajuste linear de 9% em 2024 e 2025, com 4,5% em cada ano. Dessa forma, cada categoria terá a possibilidade de negociar e aumentar seu percentual.
Foi realizada também a primeira reunião da mesa setorial com o Ministério da Educação (MEC). No entanto, não foi apresentada nenhuma proposta. O ANDES - Sindicato Nacional aproveitou a reunião para protocolar junto ao MEC a pauta da negociação específica da categoria. O documento contém 22 pontos.
Em sua fala, a presidenta da ADUFSJ realizou um resgate das atividades da diretoria da seção sindical nesses primeiros meses de 2024. Em março, a ADUFSJ, o Sinds-UFSJ e o DCE promoveram um ato unificado em razão das questões internas da UFSJ. A ADUFSJ também cumpriu todas as convocações do ANDES- SN e realizou assembleias em todos os períodos indicados, aprovando a construção da greve, no dia 20 de março, e o estado de greve, no dia 5 de abril. A seção sindical ainda buscou promover uma Caravana à Brasília para a Marcha das Servidoras e dos Servidores Públicos, mas não houve adesão dos docentes.
Encerrando a fala da diretoria, a professora Tatiane Marina Pinto Godoy, 1º secretária da ADUFSJ, afirmou que “talvez não tenhamos consenso nessa assembleia no método de mobilização, mas temos consenso nas pautas e na defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. Que o resultado nos unifique, independente de qual seja”.
Em seguida, foram abertas as falas dos docentes, para que a categoria pudesse expor seus posicionamentos.
Com a aprovação da adesão à greve, a partir do dia 22, a ADUFSJ - Seção Sindical irá convocar uma nova assembleia, de deflagração de greve nesta data (segunda). Nesta assembleia, entre outros assuntos, será constituído o Comando Local de Greve, bem como serão deliberadas as pautas locais de greve e a adoção do “Fundo de Greve”.
Comitê Local de Mobilização
Outro item da pauta da assembleia foi a ampliação do Comitê Local de Mobilização. Os docentes Marcelo Dalla Vecchia, João Antonio Correa Filho, Wilson Camilo Chaves, Karina Klinke, Rodrigo Chavez Penha, Rosa Gouvea De Sousa, Bruna Sola Da Silva Ramos, Ana Cristina Martins Dias e Aline Aparecida Angelo passaram a compor o comitê.