DOCENTES DA UFSJ APROVAM ESTADO DE GREVE

Na última sexta (5), a ADUFSJ - Seção Sindical se reuniu em assembleia geral simultânea na sede e nos campi avançados da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) para  deliberar sobre a adesão ao indicativo do ANDES - Sindicato Nacional de "Deflagração da greve no dia 15 de abril" e a ampliação dos comitês locais de mobilização.

A assembleia contou com falas do Comando Local de Greve do Sinds-UFSJ, da presidência do DCE, do Comitê Local de Mobilização e da diretoria da ADUFSJ. 

O servidor Denilson Carvalho, membro do Comando Local de Greve do Sinds-UFSJ, apresentou um panorama do movimento grevista dos técnicos-administrativos, destacando o crescimento da greve e o aumento da adesão, inclusive com a entrada dos Institutos Federais na greve, a partir do dia 3 de abril. 

Na avaliação do servidor, a greve dos técnicos já se consolidou enquanto movimento e agora está em uma segunda fase, aguardando a resposta do governo à proposta de reestruturação de carreira dos TAE’s (Técnicos Administrativos em Educação). 

Denilson sinalizou também que, para os servidores da UFSJ, a greve não se encerra na reestruturação de carreira, já que a recomposição do orçamento das universidades também é uma demanda da categoria e, nesse ponto, a pauta dos técnicos e dos docentes dialoga. 

Ketheryn Brandão, presidenta do DCE/UFSJ, apontou que o movimento estudantil sempre apoiou os trabalhadores da educação e destacou a importância da unidade, da construção de uma greve unificada pela recomposição do orçamento das universidades, com a construção de um calendário de mobilização unificado, visando garantir a qualidade do ensino superior do Brasil. 

Os docentes Claudio Alberto dos Santos e Carlos Alberto da Silva Júnior, membros do Comitê Local de Mobilização, disponibilizaram aos presentes um estudo com todo o processo de negociação entre a categoria e o Governo Federal. Além disso, recordaram a situação da Mesa Nacional de Negociação Permanente que, até o momento, já conta com 7 reuniões sem avanço nas negociações. Na última reunião da mesa, no dia 28 de fevereiro, o governo reafirmou a proposta de reajuste zero para 2024 e 9% dividido em partes iguais de 4,5% em 2025 e 2026, e estabeleceu um prazo de três meses para retomar as discussões. 

Os membros do Comitê elencaram a recomposição salarial como primeira pauta e a reestruturação da carreira docente como segunda principal reivindicação. 

Em seguida, a professora Tatiane Marina Pinto Godoy, 1º secretária da ADUFSJ - Seção Sindical, realizou uma fala representando a diretoria do sindicato. Ela recordou aos presentes que, em assembleia anterior, os docentes da UFSJ aprovaram a construção da greve, sem data de deflagração. Nas demais seções filiadas ao ANDES - SN, 34 aprovaram a construção da greve e dez aprovaram a construção da greve já com indicativo de deflagração no dia 15 de abril. 

O posicionamento da diretoria da ADUFSJ, apresentado em assembleia, é de que algumas das pautas apontadas pelo Sindicato Nacional precisam de detalhamento, uma vez que a pauta de recomposição salarial tem clareza nos índices, mas não vem acompanhada de um estudo do impacto desse reajuste no orçamento, como foi apresentado em outras greves.

Além disso, falta clareza na proposta de reestruturação de carreira. Baseado nessas ponderações, o entendimento da diretoria foi a necessidade de “fervilhar a mobilização”, visando pressionar o governo para a próxima reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente, marcada para o dia 11 de abril, pois entende que ainda existe uma margem para negociação. 

Por isso, a diretoria propôs a adoção do “estado de greve”, sem deflagração no dia 15 de abril. O “estado de greve” se caracteriza como um momento de mobilização da categoria e de alerta ao governo para que avance na negociação. Ao contrário do que ocorre na greve propriamente dita, no “estado de greve” os docentes mantêm suas atividades rotineiras. 

O que pensam os docentes

Após as falas dos representantes das entidades e do Comitê Local de Mobilização, foram abertas as falas para os docentes membros da base. Diversos professores registraram seus posicionamentos e apresentaram seus argumentos. Os docentes favoráveis à deflagração de greve do dia 15 de abril citaram a morosidade do governo nas negociações, tanto da pauta geral quanto específica, e o fato de que outras categorias que entraram em greve tiveram suas demandas atendidas. 

Os docentes contrários à deflagração de greve no dia 15 de abril se mostraram preocupados, principalmente, com a capacidade de mobilização dos docentes da UFSJ, citando a necessidade de se construir a greve, com atos de mobilização e paralisação. 

Votação

Na votação do item 1 da pauta da assembleia, deliberação sobre adesão ao indicativo do ANDES SN de "Deflagração da greve no dia 15 de abril", foram registrados 48 votos favoráveis, 64 votos contrários e quatro abstenções. 

Na votação da proposta da diretoria da ADUFSJ - Seção Sindical, adoção do Estado de greve, sem deflagração no dia 15 de abril, foram registrados 106 votos favoráveis, seis contrários e duas abstenções.

Além disso, a assembleia aprovou também a realização de dois dias de paralisação, como parte do esforço de mobilização, nos dias 11 e 17 de abril. No dia 11, haverá uma nova reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente e, no dia 17, uma "Caravana e Marcha dos Servidores e Servidoras em Brasília (DF)".

Próximos passos

O posicionamento retirado na assembleia da ADUFSJ, de adesão ao Estado de Greve, sem data de deflagração, será encaminhado ao ANDES - SN na próxima reunião do setor das IFEs (Instituições Federais de Ensino Superior), marcada para o dia 10 de abril. 

Uma nova assembleia da ADUFSJ será convocada após a reunião do setor das IFEs e da Mesa Nacional de Negociação Permanente. 

Ampliação dos comitês locais de mobilização

Durante a assembleia, os docentes foram convidados a participar e ampliar o Comitê Local de Mobilização. A docente Márcia Saeko Hirata se dispôs e agora integra o Comitê junto aos docentes Fabíola de Oliveira Miranda, Carlos Alberto da Silva Júnior e Claudio Alberto dos Santos.

Foto: Marcius Vinicius Barcelos. 

Compartilhar