CAFÉ COM LUTAS: TÉCNICOS, ALUNOS E DOCENTES SE UNEM EM DEFESA DOS SERVIDORES TERCEIRIZADOS DA UFSJ

O evento ocorreu na manhã desta terça

SERVIDORES TERCEIRIZADOS DA UFSJ

Na manhã desta terça (30), a ADUFSJ - Seção Sindical, o Sinds-UFSJ e o DCE se uniram aos servidores (as) terceirizados (as) da Universidade Federal de São João del-Rei em defesa dos direitos desses trabalhadores e trabalhadoras. 

A discussão central do evento tratou da possibilidade de significativa redução salarial dos servidores terceirizados que atuam nas áreas administrativas da UFSJ a partir do mês de outubro, quando se encerra o contrato atual. 

Além disso, foram discutidas também a defesa da democracia e da educação pública. 

Democracia

Responsável pela condução da mesa, o servidor Francisco Eduardo César de Paula, agradeceu a presença de todos e destacou a importância da união de toda a comunidade acadêmica na luta pelos terceirizados. 

A presidenta da ADUFSJ - Seção Sindical, Jaqueline de Grammont, deu início aos trabalhos com a leitura do conto “Mas em que mundo tu vive?”, de José Faleiro, que trata da precarização do trabalho e do descaso dos patrões para com os trabalhadores. 

Em sua fala, a professora questionou que democracia é essa em que estamos vivendo, em que determinados públicos têm mais direitos, mais acesso à informação e ao conhecimento, às políticas públicas, aos espaços midiáticos e aos órgãos legislativos.

“Como fazer uma democracia se existem grupos que se acham superiores a outros?”, indagou.  

Segundo ela, só com a luta dos trabalhadores e trabalhadoras é que essa “democracia burguesa”, pode ser abalada. 

Cortes no orçamento

Membro do DCE - UFSJ, o aluno Ariel Pires de Paula foi o responsável pela discussão sobre os cortes na educação. Segundo ele, dentre tantos cortes, no momento se faz necessário um destaque para a falta de reajuste do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), que afeta diretamente as políticas de permanência na universidade. 

“Todos nós estamos sendo afetados por esses cortes, por esse desgoverno e por essa falta de uma universidade construída pelo povo e para o povo”, disse. 

Defesa dos terceirizados

Representando o Sinds-UFSJ, o servidor Denilson Carvalho falou sobre a situação dos terceirizados na universidade. Ele destacou que, com um corpo técnico muito aquém do necessário, a UFSJ não tem condições de se manter sem o trabalho dos servidores terceirizados. 

Ele classificou como "inconcebível" e “inviável” expor esses trabalhadores a um corte de cerca de 25% de seus salários em um momento de redução da capacidade de compra e do aumento da inflação. 

Carvalho lembrou também que, em recente reunião do Conselho Universitário (Consu), a reitoria argumentou que a UFSJ teria condições de ampliar seus programas de pós-graduação com base nos serviços terceirizados. 

“Então nós iremos expandir a universidade com base no sangue dos terceirizados? Precarizando o trabalho? É desse tipo de expansão que a gente está falando?”, questiona. 

Voz aos terceirizados

Simone, servidora terceirizada da UFSJ, falou sobre os sentimentos de medo, incerteza e opressão que a categoria vem enfrentando. Segundo ela, essas emoções são recorrentes, já que todo encerramento de contrato das empresas terceirizadas é marcado por inseguranças quanto à situação desses trabalhadores. 

“Isso deixa a gente desmotivado, a gente não quer nada mais do que é direito nosso”, destaca. 

Encaminhamentos

Após as falas, os presentes concordaram em retirar como encaminhamento uma proposta de renovação do atual contrato desses terceirizados de forma emergencial. Essa proposta será levada à reitoria pela Comissão de Negociação Interna em reunião marcada inicialmente para o dia 8 de setembro, que as entidades representativas vão tentar antecipar.

Confira aqui o ato unificado “Café com Lutas” na íntegra. 

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