ADUFSJ E OBSERVATÓRIO DO CONHECIMENTO LANÇAM "CIÊNCIA, LUTA DE MULHER" EM SÃO JOÃO DEL-REI
O reitor da UFSJ, representantes AUFPR e da ADUFSCar e membros do Observatório do Conhecimento participaram do evento
Na noite desta terça (28), a ADUFSJ - Seção Sindical realizou o lançamento regional do filme-documentário “Ciência, luta de mulher”, do Observatório do Conhecimento. A exibição, realizada em parceria com o Cine Clube Subversivo, contou com a participação de membros do corpo docente, discente, técnico da universidade e de membros da comunidade externa.
Na mesa de abertura, o reitor da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Marcelo Pereira de Andrade, ressaltou a presença das mulheres em sua trajetória acadêmica e em sua vida como um todo.
“Fui criado por duas mulheres, minha mãe e avó, que acreditavam que a educação era o único caminho para um jovem de família humilde”, disse.
O reitor sinalizou também a importância de se discutir a desigualdade de gênero no ambiente acadêmico, principalmente nesse momento de crise, ataques e cortes que a ciência e a educação brasileira enfrentam.
Membro do Cine Clube Subversivo UFSJ, Victor Todaro, agradeceu a ADUFSJ -Seção Sindical pela parceria e destacou a excelência do documentário produzido pelo Observatório do Conhecimento. Segundo ele, o Cine Clube Subversivo foi criado justamente com a intenção de ajudar na difusão e visibilização de produções nacionais com temas políticos relevantes.
O professor Davi Butturi-Gomes, membro da diretoria da ADUFSJ - Seção Sindical, definiu o evento como uma celebração da luta das mulheres não só na ciência, mas em um contexto muito mais amplo. Lembrando que o filme estava sendo exibido no Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, o docente reforçou a importância de ambas as lutas e de “manter o orgulho em mente para preservar os direitos conquistados e avançar ainda mais nessas conquistas”.
Docente da UFSJ e membro do Observatório do Conhecimento, a professora Maria Clara Santos, relembrou a história da ADUFSJ junto ao Observatório do Conhecimento e destacou a visão da seção sindical do observatório como um mecanismo de construção de diálogo e resistência para as universidades públicas.
“Nesse conjunto de ações realizadas pelo observatório, a gente se insere tendo certeza que temos várias frentes de luta e de conscientização sobre a importância da ciência, da universidade pública e do conhecimento como um todo”, afirma.
Monica Jones, representante do Sindicato dos Docentes em Instituições Federais de Ensino Superior dos Municípios de São Carlos, Araras, Sorocaba e Buri (ADUFSCar), voltou sua fala para destacar a capacidade do Observatório do Conhecimento de conectar diferentes experiências, incluindo experiências sobre o papel das mulheres, em diferentes áreas, universidades e afins.
A docente também parabenizou os representantes do Cine Clube Subversivo pela iniciativa. “O Cine Clube é fundamental, justamente para ir estreitando essas relações e pautando temas fundamentais para esse processo tão difícil de luta e resistência das universidades”, destaca.
Andréa Emilia Marques Stinghen, vice-presidenta da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR), falou sobre as dificuldades que as universidades estão enfrentando com os recentes cortes no orçamento e também sobre a luta feminina.
“Nós mulheres somos a maioria da população, mas ainda somos duramente atacadas, principalmente, no governo obscurantista de Jair Bolsonaro”, disse.
Por fim, os professores Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ e coordenadora do Observatório do Conhecimento, e Eduardo Valdoski, assessor da AdUFRJ e secretário-executivo do Observatório do Conhecimento, falaram sobre o observatório e a produção do filme.
Atualmente, uma das ações do observatório é a campanha das cotas raciais, que completam 10 anos em 2022, e tem como objetivo destacar a grande conquista que é a Lei de Cotas para as universidades.
“As universidades são melhores do que eram há dez anos, a diversidade traz qualidade”, destacou o professor.
A professora Mayra esclareceu que um dos objetivos do filme “Ciência, luta de mulher”, para além de destacar a defesa da ciência, é criticar a predominância de corpos brancos e masculinos no fazer científico e incentivar meninas e mulheres, com diferentes tipos de cores, corpos e origens, a ocupar esses espaços apesar da adversidades.
“Nós tentamos mostrar que existe ciência para todos os gostos e que a ciência é um espaço possível para todas nós”, disse.
Após a exibição do filme-documentário, houve debate entre os presentes a respeito da produção e das dificuldades, conquistas e experiências femininas na ciência e nas universidades.