MEMÓRIA ADUFSJ: Fernando Pacheco Cortez testemunhou a expansão das IFES sob o tripé REUNI, PROUNI e EAD

Nos 33 anos da Seção Sindical, seus ex-presidentes contam suas memórias e falam das perspectivas de luta

O professor Fernando Pacheco Cortez foi presidente da ADUFSJ - Seção Sindical de 2007 A 2009, no período em que as instituições federais de ensino superior brasileiras experimentaram um período de grande expansão, fundamentado no tripé REUNI, PROUNI e EAD.

Cortez conta que lutou por criar canais de discussão sobre se esta expansão seria acompanhada dos recursos necessários,  mas que não obteve êxito, enfrentando a desmobilização da categoria nas assembleias docentes. 

Confira a entrevista: 

1- Qual a importância da ADUFSJ - Seção Sindical para a UFSJ e para as populações da região na qual a universidade está inserida?

Ao meu ver, a importância da ADUFSJ em sua área de influência reside em sua  efetiva capacidade de articular-se com outras representações sindicais que atuam na  defesa dos interesses da classe docente. Uma articulação eficiente seria capaz de  gerar ações concretas, aglutinando interesses comuns entre os trabalhadores da área  da educação. 

2- Qual foi a principal luta encampada pela ADUFSJ sob a sua presidência?

Era vice-presidente da Seção Sindical e ao retornar do doutorado em 2006, assumi a  presidência, substituindo a colega Maristela, que havia saído para doutoramento. À  época, havia uma nítida expansão das IFES, sob o tripé REUNI, PROUNI e EAD. Nas  reuniões mensais do Setor, no ANDES-SN em Brasília, discutíamos as consequências  dessa expansão e a sua sustentabilidade no longo prazo. Lembro-me de ter convidado  o presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, que fez uma apresentação no campus Dom  Bosco. 

Alguns céticos tinham dúvidas quanto ao êxito desse crescimento rápido, mas  as condições políticas dominantes no plano federal inviabilizavam qualquer tentativa  de crítica, pois seria absurdo negar o aspecto positivo do fortalecimento da  universidade pública brasileira. Apoiava-se a expansão, mas havia incertezas quanto à garantia, no decorrer do tempo, de dotação orçamentária suficiente para o pleno exercício das atividades da universidade. 

Minha luta foi a de criar um espaço que desse oportunidade à discussão de nossos interesses, incluindo essas questões, mas não obtive êxito. Até 2009, quando desfiliei-me temporariamente (a fim de não gerar conflito de interesses) da ADUFSJ, não atingimos quorum em Assembleia, à época, 42  sindicalizados. Mas isso ocorreu não somente aqui, mas em muitas seções  sindicais, até maiores (em nº de sindicalizados) do que a ADUFSJ. 

3- Qual deve ser hoje a pauta prioritária a mobilizar a Seção Sindical?

A pauta prioritária da Seção Sindical é a defesa dos direitos dos trabalhadores que  são representados por ela; acredito que essas ações devam buscar canais e acessos na mídia em geral e efetivar a luta, divulgando o papel da universidade pública e a sua  importância no desenvolvimento socioeconômico da região e na melhoria da qualidade  de vida da população.

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