Colégio Eleitoral da UFSJ compõe lista tríplice para reitor com nomes escolhidos pela comunidade acadêmica

Para professores, técnicos e estudantes, o respeito à democracia prevaleceu na instituição

O Colégio Eleitoral da UFSJ elegeu nesta segunda (9) os candidatos que irão compor a lista tríplice a ser enviada ao presidente Jair Bolsonaro para que ele nomeie o novo reitor da instituição, com mandato de 2020 a 2024.

O professor Marcelo Pereira de Andrade obteve 27 votos e encabeça a lista. As professoras Rosy Iara Maciel de Azambuja Ribeiro e Elisa Tuler de Albergaria receberam 14 votos cada. Como o critério de desempate previsto era o maior tempo de trabalho na instituição, Rosy passou a ocupar o segundo lugar da lista.

Os três nomes fazem parte da Chapa 1, que foi a escolhida pela comunidade universitária, em pesquisa informal realizada no dia 26/11. Os candidatos das duas chapas derrotadas não apresentaram seus nomes para a disputa no Colégio Eleitoral.

“A Universidade respeitou a escolha feita pela comunidade acadêmica. No Colégio Eleitoral, não houve nenhum candidato além daqueles pertencentes à chapa vencedora na pesquisa informal. Então o processo foi tranquilo”, avaliou a presidenta da ADUFSJ – Seção Sindical, Maria Jaqueline de Grammont Machado de Araújo.

Presidente da Comissão para Organização da Lista Tríplice, Cristiane Medina Finzi Quintão, ressaltou a forma tranquila como transcorreu o processo de votação no Colégio Eleitoral. “A gente pode discutir as visões divergentes com liberdade. Isso é a democracia. A universidade sai fortalecida, sai unida em prol da autonomia universitária”, afirmou.

O estudante de Ciências Econômicas, Breno Nogueira Alves, também destacou o respeito à democracia como o ponto alto da pesquisa informal e da eleição. “Foi um processo muito bem feito, muito transparente e foi muito bom ver que todos seguiram o que a comunidade decidiu. O fortalecimento da democracia é fundamental na visão das bases”, afirmou.

Representante dos técnicos no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), Márcio Eugênio Silva Moreira também elogiou o processo, dentro da conjuntura política adversa no país. “Foi, na medida do possível, o melhor a ser realizado. Transcorreu de maneira adequada, civilizada, urbana. E finalizou com a lista tríplice que respeitou a vontade da comunidade, inclusive na ordem proposta pela chapa. Até aqui, pelo menos, é o que a comunidade decidiu que está posto”, ressaltou o técnico.

Processo legal

Segundo a Lei 9.192/1995, o presidente tem a prerrogativa de nomear qualquer um dos nomes da lista tríplice para reitor. Uma tradição iniciada desde o processo de redemocratização, porém, prevê que o indicado seja o primeiro colocado. Esta tradição foi respeitada pelos três presidentes dos últimos 15 anos.

Isso mudou após a posse de Bolsonaro. Metade das 12 universidades federais que elegeram seus novos reitores este ano não tiveram sua primeira opção respeitada. Em MG, isso ocorreu na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e na Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

A expectativa da comunidade acadêmica da UFSJ, agora, é que o governo federal acate o resultado da eleição desta segunda. “Nós esperamos que a presidência referende este processo iniciado com a pesquisa informal, ratificado também no Colégio Eleitoral, e nomeie o professor Marcelo para reitor da UFSJ no período de 2020 a 2024”, ressaltou a presidente da ADUFSJ.

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