ESCOLHA DO NOVO REITOR DA UFSJ OCORRE EM PERÍODO DE ATAQUES À AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA E À DEMOCRACIA DO PAÍS

De janeiro a agosto, Bolsonaro interveio na nomeação de 6 dos 12 reitores eleitos pelas comunidades universitárias, desrespeitando tradição democrática

No próximo dia 26/11, estudantes, técnicos e professores da UFSJ vão às urnas escolher seus candidatos à reitoria. O processo é uma tradição adotada nas universidades federais desde da redemocratização do país. E vinha sendo respeitada pelos presidentes da República dos últimos 15 anos. 

Após a posse do presidente Jair Bolsonaro, o quadro mudou. Ele desconsiderou as indicações de seis das 12 comunidades universitárias que escolheram seus reitores entre janeiro e agosto. Os nomeados foram aqueles com maior afinidade ideológica com seu governo, mesmo quando preteridos por estudantes, técnicos e professores.

A insegurança quanto ao financiamento das universidades, com os cortes no orçamento do MEC para 2020, a redução no número de bolsas de pesquisa e a campanha pública contra o trabalho dos professores completam o quadro de ataque às universidades brasileiras. E reforçam a importância da participação de todos na Pesquisa de Opiniões sobre Candidatos a Reitor na UFSJ – 2019.

Saiba como o reitor da UFSJ é escolhido:

De acordo com a Lei 9.192/1995, reitores e vice-reitores das universidades federais são nomeados pelo presidente da República, a partir de uma lista tríplice organizada pelo colegiado máximo da instituição, ou outro colegiado que o englobe, instituído especificamente para este fim.

No caso da UFSJ, é o Colégio Eleitoral, composto pelos três conselhos superiores da instituição: Conselho Universitário (Consu), Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Conep) e Conselho Diretor (Condi).

Em respeito à democracia e à autonomia universitária, desde o fim da ditadura, os colegiados têm indicado os candidatos eleitos pela comunidade acadêmica, em consulta informal, para serem nomeados pelos presidentes.

As nomeações de reitores da UFSJ sempre obedeceram a este trâmite e eles foram escolhidos em votação paritária entre estudantes, técnicos e professores.

No processo deste ano, a novidade é que, ao invés de escolher reitor e vice, a comunidade acadêmica irá apontar, por meio de uma pesquisa de opiniões, uma chapa com os três candidatos que serão indicados para compor a lista tríplice.



 

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