Processo para escolha do reitor é construído por estudantes, técnicos e professores, que vão às urnas dia 26

Exercitando um direito democrático, comunidade acadêmica se organiza para escolher seu dirigente de forma paritária

Professores, técnicos e estudantes da UFSJ vão às urnas no próximo dia 26/11 escolher o novo reitor da UFSJ, em um processo construído de forma democrática e coletiva. Para os membros do Comitê Executivo responsável pela pesquisa informal para reitor da UFSJ, é consenso que a paridade entre os três segmentos da universidade é princípio básico para se garantir a democracia. 

A minuta com as normas da pesquisa que definirá o nome dos três candidatos a constarem na lista tríplice foi elaborada pela três entidades representativas da casa: ADUFSJ - Seção Sindical, Sinds - UFSJ e DCE. Ela foi votada e aprovada pelas assembléias dos sindicatos e pelo conselho de base da organização estudantil. 

A presidente do Comitê Executivo que organiza a pesquisa, professora Rejane Corrêa da Rocha, explica que o comitê esteve presente em todas as eleições para reitor da UFSJ, sempre formado pelos três segmentos, ainda que com uma composição diferente. Para a pesquisa informal desse ano, cada segmento indicou cinco representantes para compor o órgão. 

Ela reforça a importância da participação dos três segmentos para o fortalecimento da pesquisa. “A universidade é formada por todos os segmentos, ela não existe sem alunos, sem professores ou sem técnicos, o conjunto de todos esses segmentos é que faz a universidade”, afirma. De acordo com ela, todos os três segmentos têm que conviver entre si e estão sob a coordenação da reitoria. “Por isso é importante que todos opinem da mesma maneira”, justifica. 

Na pesquisa informal, o peso dos votos de cada segmento será o mesmo. Vale lembrar que a pesquisa não tem vínculo com a votação do Colégio Eleitoral, cujas regras ainda serão definidas. No entanto, com ressalta a professora Rejane, a comunidade acadêmica espera que o Colégio Eleitoral, que é eleito pela comunidade, respeite sua vontade. “Como estão sendo votados três nomes defendendo um mesmo projeto, a comunidade ficará mais tranquila sabendo que, independente do nome escolhido para reitor, o projeto que ela escolheu será respeitado”, declara. 

Porém, ela ressalta que, como os processos não são vinculados, mesmo os professores que não participaram da pesquisa têm o direito de levar seu nome à votação no colégio eleitoral. Há risco da decisão da comunidade acadêmica não ser respeitada. 

A assistente administrativa do Núcleo de Educação à Distância (NEAD), Adriana Amorim, destaca que a paridade entre os segmentos é importante justamente por que ela nem sempre existiu na história da Universidade brasileira. “Essa é uma conquista dos servidores/técnicos administrativos”, afirma. 

Para ela, a presença dos técnicos nas urnas é importante porque eles passam 8 horas por dia na UFSJ. “Sentimos na pele as questões da gestão”, diz. Amorim, que compõe o Comitê Executivo pela primeira vez, afirma que esse é um trabalho muito difícil, mas muito importante. “A comunidade precisa se envolver com o que quer para a universidade nos próximos quatro anos”, conclui. 

Os representantes do DCE no Comitê Executivo também reforçam a importância da participação dos estudantes na pesquisa. A estudante do 4º período do curso de Artes Aplicadas à Cerâmica, Beatriz Costa Larizzatti, pontua que “a mobilização para pesquisa é importante pela necessidade de conhecer o que estudantes querem da universidade que aprendem, ensinam e fazem parte”. Segundo ela, essa participação é ainda mais importante devido à paridade dos votos de alunos, técnicos e professores na pesquisa. “Devemos buscar a melhoria da universidade por consciência da dívida que temos com a comunidade fora de seus muros”, acrescenta. 

Questionada sobre a discussão da minuta da pesquisa no Conselho de Base do DCE, Larizzatti afirma que a proposta foi estudada e outros modelos de consulta pública foram pesquisados. “Além da tentativa de fazer a democracia valer, por querer uma universidade autônoma, gratuita, popular, de qualidade e sem interventor, buscamos aproveitar a oportunidade quase única da paridade de votos”, declarou. 

A votação da pesquisa para levantar opiniões sobre o reitor da UFSJ será na terça(26), nos seis campi da universidade.

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